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Um blog escrito para partilhar a todos os corredores as minhas experiências. Meu nome é Rui Alves e moro na Guarda, Portugal, onde desfruto do que considero ser um bom aliado dos treinos - altitude. Tenho 47 anos de idade e comecei a correr aos 42. Fiz a minha primeira meia maratona a 9 de Janeiro de 2015 em Amarante, a minha terra Natal e desde então tenho desenvolvido uma paixão constante por ser melhor, aprendendo todos os dias algo de novo. Pretendo partilhar as experiências e os erros que vou vivendo e cometendo de forma a poderem ser alvo de interesse na comunidade do "Running". Espero que aproveitem a viagem e o destino destes "Passos de Corrida".

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Maratona do Porto 2018 - Crónica e criticas

Quando cheguei ao local da partida já o ambiente frenético da partida estava instalado. Alcancei o ponto de partida com um pequeno aquecimento pelo caminho, já quase em cima da hora, o que por um lado retirou ansiedade de estar a espera, mas colocou a pressão (já habitual) de estar pronto a tempo. 




O Fernando já lá estava, e como já se tinha sido comentado, se lá estivesse dificilmente seria para não terminar. E terminou.
Pouco depois chegou a Nia, o Marco, e depois dos cumprimentos e desejos de boa sorte era hora da partida.

O sinal esperado não se ouviu (eu pelo menos não ouvi), o que me fez colocar o relógio a contar quando passei o pórtico de partida (Talvez o único erro que cometi nesta corrida).

A minha estratégia estava definida, ir com o grupo das 3h00, e depois se veria como estariam as condições para o lado de Gaia. Como estava chuva e vento era importante para mim ir o mais possível resguardado. O Marco tinha uma ideia parecida mas com saída para a frente do grupo à meia maratona. 

Os primeiros 5km, apesar de rápidos, são desgastantes pelas constantes alterações de rota e ritmo que se é obrigado a fazer para passar aqueles corredores que por teimosia ou desconhecimento lentamente correm na linha da frente. 
Mas assim que se deixou o parque da cidade em direcção a Matosinhos já a atenção era posta em chegar perto do grupo das 03:00, com vigilância ao piso, em particular aos troços de empedrado que são bastantes. Nesta altura já tínhamos a companhia do Daniel que se esforçou e desgastou para se juntar a mim e ao Marco. 


Passar pelo 11ºkm, onde temos direito ao grande apoio do público, é para mim um dos melhores momentos porque passamos a correr num piso bem mais confortável e menos desgastante. 
Ficar focado numa passada fluída e numa respiração o mais calma possível, era o mais importante agora, e claro resguardar do vento seguindo dentro do grupo. 
Desfrutar da presença da força do mar, da viragem na Foz para o rio Douro, das paisagens que a cidade do Porto oferece é o que me ajudou a relaxar até ter um susto na rampa de descida para a Foz. 

Após o abastecimento dos 20km, a rampa que dá acesso à ribeira era uma armadilha perigosa. Esta é a minha primeira critica nesta prova para a RunPorto, que naquela zona nos futuros eventos, em particular se as condições climatéricas forem de chuva, terem que colocar um tapete ou alcatifa nessa rampaUm atleta estava no chão quando lá chegamos em grupo e dois caíram no momento em que passamos lá (Imagino que muito outros terão tido o mesmo destino). 

Depois de recomposto o grupo foi tempo de entrar na zona de maior dificuldade. O sobe e desce da Ponte D. Luis, com muito de piso de empedrado, tornam a ida a Afurada de Gaia e o regresso à ponte um trajecto, para mim muito pouco simpático. 
Nesta fase já tinha comentado com o Marco que iria ficar no grupo, até porque queria me continuar a poupar do desgaste do vento. Com a passagem à meia maratona, o Marco lá seguiu a sua vida deixando o grupo e metendo o seu ritmo. 
À passagem dos 26/27km (como me recordava do ano passado), fiquei do lado direito da estrada e fiz essa parte do percurso em cima do passeio o que me deixou na frente do grupo a uns 100m. Aproveitando-me dessa fase e com alguma motivação aumentei o ritmo de corrida. Conseguir ir me aproximando do Marco tendo me juntado a ele no 31ºkm após a viragem de regresso a Foz. Foram os parciais mais rápidos da minha corrida. Sei agora que foi onde mais me desgastei, quer pelo aumento de ritmo, mas também porque o facto de ir contra o vento sozinho.




A partir daí foi tentar manter o ritmo e gerir o esforço. 
Gostei de passar no túnel sempre bem preparado para motivar os corredores, mas detestei ter de sofrer novamente no empedrado até Alfandega. As pernas nesta fase  já davam sinais de desgaste, entretanto momentaneamente esquecidos quando tive a alegria do apoio inesperado da família da invicta. 
Daí até ao final foi gerir o melhor que pude o cansaço e esperar que a rotunda de Gonçalves Zarco não demorasse a surgir pois sabia que era aí o ultimo quilometro. Tentei motivar o Marco para ele seguir mais rápido mas ele não me quis deixar para trás, ficamos juntos. Na passagem pela rotunda tentei verificar se o grupo das 3:00 estaria por perto e não os vi, pelo que pensei que tínhamos uma boa vantagem dos mesmos (Estava errado e estariam bem perto). (Pelas fotos sei agora que o grupo seriam de meia dúzia de atletas).


Subimos a rampa para o parque da cidade, viramos para a reta final e o Marco saiu em sprint, e foi quando vi porque o fez. O cronometro marcava 2:59:xx... Tentei ir atrás... Afinal ainda havia uma pequena reserva de vontade. (Se tivesse colocado o relógio a contar no disparo talvez a marca abaixo das 03:00:00 fosse a oficial e não a do chip.)


Depois, como as condições climatéricas não era favoráveis, foi trocar de roupa, que já estava a minha espera graças a ajuda da minha esposa. Aproveitar a bela massagem e gravar o tempo na belíssima medalha antes do regresso a casa.




Há também a destacar nesta prova a presença de 20 Guarda Runners que é a demonstração de que o trabalho feito e mantido regularmente por este grupo tem contribuído para a evolução dos mesmos quer em performance como também no facto de passarem a ter objectivos mais ambiciosos.

Não posso deixar de salientar também o facto de o nosso grande campeão Paulo Gomes ter consigo um excelente 14º lugar da geral, 5º melhor português e vencedor do seu escalão. Aqui o registo da passagem do Paulo junto de outro grande atletada região Luis Pereira:

Tenho que deixar uma palavra especial aos meus companheiros desta corrida, Marco e Daniel, que em muito ajudaram a que esta jornada fosse bem agradável. E deixo a dica que quem quiser fazer uma Maratona bem aconchegada no estômago que vá com o Daniel, porque para além de ter gel e barras para dar e vender, ainda consegue um reforço a meio da prova digna de um Homem. Como ele muito bem refere... "Quem não presta para comer, não presta para trabalhar."


A organização da prova pecou (e aqui fica a minha segunda critica) por não ter reforçado a equipa e a área de recepção e entrega dos equipamento de maneira a que os atletas não tivessem que estar a sofrer com o frio para receber os mesmos, que ainda por cima em muito casos vinham molhados. Quanto a abastecimentos, brindes e  reforços a RunPorto continua de parabéns e a fazer um excelente trabalho e uma bela prova.

Agora é desfrutar desta fase e começar a planear um novo ano. Que muito provavelmente me trará de novo ao Porto para esta Maratona mas com outro objectivo.... (Talvez o que me foi lançado pelo amigo Paulo Gomes....) 
Mas isso já são outros passos de corrida.

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